Missa Vermelha em honra a Lilith

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Não há sinos a soar, nem hóstias consagradas,

apenas o rubor crepuscular em sombras pintadas.

A missa de Lilith, em tons escarlates profundos,

onde o incenso é o desejo e o vinho sangue dos mundos.

Não há padre a rezar, nem cânticos suaves e puros,

mas sussurros antigos em cantos obscuros e duros.

A serpente se enrola no cálice de obsidiana,

e a lua testemunha muda de uma liturgia profana.

As velas, labaredas negras, dançam em fúria e paixão,

iluminando os rostos numa dança de libertação.

As oferendas são desejos em forma de oferendas cruas,

a rebeldia encarnada em oferendas sem cláusulas.

Lilith, a primeira mulher não submissa, nem dócil.

A rainha da escuridão em seu reino mágico e fértil.

Ela dança na sombra, num ritual de poder intenso,

a força da natureza em um fluxo contínuo e denso.

Não há perdão, nem penitência nessa missa sem piedade;

apenas a celebração da liberdade e da vontade.

Um brinde à independência, ao poder que não se curva,

à força da mulher selvagem que a sociedade procura e não encontra.

Pois ela reside na escuridão, em seu próprio poder e em sua própria salvação.

A missa termina, mas a chama permanece acesa

em cada coração que busca a liberdade da sua essência.

Ave Lilith 🌹

Morgan, bruxa de Lilith.